terça-feira, 1 de novembro de 2022

A Rede de Desinformação Bolsonarista





Existe uma rede bolsonarista que propaga medo e informações propositalmente descontextualizadas, impulsionadas com dinheiro público e utilizando a máquina do Estado como nunca antes na história. Essa estrutura foi especialmente usada contra Lula, principal opositor de Bolsonaro, além de qualquer outro que se opusesse ao bolsonarismo, como foi o caso de João Doria.

Deputados como Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Flávio Bolsonaro, entre outros, compartilham essas informações com milhões de seguidores. Esses seguidores, por sua vez, disseminam o conteúdo para ainda mais pessoas nas redes. Reparem: praticamente 70% das publicações bolsonaristas não vêm de fontes credenciadas, mas sim de postagens em redes sociais e aplicativos como WhatsApp, TikTok, Instagram e Facebook com informações pela metade ou distorcidas.

Por estarem fechadas em uma bolha, essas pessoas não estão abertas ao debate e descartam fatos, provas e dados. Não importa se a informação vem de especialistas na área: se for contra os valores desse grupo, ela é ignorada ou taxada como "comunista". Vimos isso na pandemia, quando cientistas do mundo todo demonstraram, com estudos concretos, que a cloroquina não era eficaz contra a Covid-19. Mesmo assim, milhões de seguidores de Bolsonaro ignoraram a ciência, enquanto o próprio ex-presidente fez propaganda do medicamento, usado originalmente no tratamento e profilaxia da malária, como uma solução para o coronavírus.

Uma investigação judicial (Aije) apontou a existência de um “ecossistema de desinformação” que beneficiaria Bolsonaro. O estudo desse material foi apresentado ao Judiciário em 2022 e indicou uma atuação coordenada para a difusão massiva e veloz de desinformação, tendo como principal alvo o ex-presidente Lula e seus aliados.

A bolha criada pelos algoritmos das redes sociais foi muito bem aproveitada por agentes políticos mal-intencionados, como Steve Bannon (preso), ex-marqueteiro de Donald Trump e aliado da família Bolsonaro. Essa manipulação mantém eleitores — muitas vezes bem-intencionados — presos a um ciclo contínuo de mentiras.

Ciente disso, o clã Bolsonaro elevou o grau de exploração dos algoritmos, garantindo que fake news chamativas tivessem ainda mais alcance nas redes. Com isso, informações falsas passaram a ser disseminadas com mais frequência, minando a credibilidade de instituições sérias. A história nos mostra que políticos frequentemente vinculam religiões às suas campanhas como forma de controle de massa. Isso foi uma característica do regime de Mussolini e dos nazistas, que usaram a religião para justificar a violência como uma suposta "luta do bem contra o mal". Hoje, vemos um espírito semelhante no bolsonarismo no Brasil: quanto mais as pessoas consomem publicações tendenciosas sem fontes, descontextualizada e editadas , mais elas recebem esse tipo de conteúdo, devido ao funcionamento dos algoritmos. Isso gera um ciclo infinito de polarização nas redes.

A consequência direta é o aumento da desinformação política desordenada, causando ódio, brigas, tristeza e discórdia entre familiares, além de elevar os índices de violência por motivação política no Brasil.

O próprio Bolsonaro defende uma política que não pune aqueles que propagam e espalham notícias falsas como verdades, fortalecendo ainda mais sua máquina de fake news. Ele barrou cinco pontos de uma nova legislação, sendo que dois deles poderiam impactar diretamente seus apoiadores extremistas: a punição para atos de “comunicação enganosa em massa”, ou seja, as fake news.

Acredito que, em um futuro próximo, estudiosos classificarão o bolsonarismo como uma nova vertente do fascismo do século XXI, abrindo espaço para um debate sobre o papel das redes sociais e de seus algoritmos na disseminação da desinformação.

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