quarta-feira, 30 de abril de 2025

"Felicidade nos dias atuais."


Parece que a felicidade virou mercadoria.

Vendem amor, fama e sucesso por aí...

Somos pressionados a sorrir, produzir, parecer bem.

Dizem que, se você não é feliz, a culpa é sua.

Que basta “pensar positivo” e lutar, que tudo vai dar certo.

Mas a verdade, pra grande maioria é:

Não dá pra ser feliz o tempo todo em um sistema que lucra com o seu cansaço.

Que vende promessas vazias, dia após dia.

Muita gente está adoecendo tentando parecer bem.

Talvez o caminho não seja fingir alegria…

Mas aprender a se acolher,

A felicidade real não se vende.

Ela se constrói, com afeto.

Com simplicidade.

Eu até vejo felicidade em momentos.

Em sorriso com um café, um “bom dia”.

Em abraço apertado de quem parece te amar.

Em risadas sinceras com alguém.

No carinho sem interesse.

Mas, infelizmente, para maioria ..

Você é o que você tem...

E o amor, carinho a amizade sincera vira interesse..

E o mundo vai moldando as pessoas assim.

Até mesmo as mais próximas.

Parece que a felicidade virou mercadoria..

quinta-feira, 11 de maio de 2023

As Distorções da Liberdade de Expressão pela Direita


O Brasil atravessa uma verdadeira guerra de desinformação, intensificada com a chegada da extrema-direita ao poder em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro. Esse grupo percebeu o poder da distorção de notícias disseminadas diretamente nas telas de celulares e computadores. Além de prejudicar o processo democrático, essa prática contribui para o empobrecimento intelectual da população. Informações falsas sobre medicamentos sem eficácia, alegações infundadas de fraude eleitoral e até acusações sem provas de crimes perversos são compartilhadas e impulsionadas — tanto com dinheiro público quanto privado — como se fossem verdades.

As bilionárias Big Techs lucram milhões com o impulsionamento de informações sabidamente falsas. Apesar dos danos causados ao país, essas plataformas continuam propagando esse tipo de conteúdo visando o lucro, até serem obrigadas por ordem judicial a removê-lo. Atualmente, existem grupos organizados que utilizam essa prática com intenções políticas e financeiras. Uma investigação da Polícia Federal resultou na abertura de um inquérito para apurar esquemas de disseminação em massa de mensagens falsas sobre as eleições.

Enquanto países como, Alemanha, Austrália, França e toda a União Europeia avançam na regulamentação das redes sociais, no Brasil, as Big Techs organizaram reuniões com partidos de direita para tentar barrar o PL 2630/2020 — a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Para isso, desafiaram a legislação brasileira por meio da desinformação. Em parceria com deputados e partidos que se beneficiam dessas práticas, essas plataformas impulsionaram a narrativa tendenciosa e falsa de que o PL 2630 representaria um suposto ato de censura à liberdade de expressão. 



terça-feira, 1 de novembro de 2022

A Rede de Desinformação Bolsonarista





Existe uma rede bolsonarista que propaga medo e informações propositalmente descontextualizadas, impulsionadas com dinheiro público e utilizando a máquina do Estado como nunca antes na história. Essa estrutura foi especialmente usada contra Lula, principal opositor de Bolsonaro, além de qualquer outro que se opusesse ao bolsonarismo, como foi o caso de João Doria.

Deputados como Nikolas Ferreira, Carla Zambelli, Flávio Bolsonaro, entre outros, compartilham essas informações com milhões de seguidores. Esses seguidores, por sua vez, disseminam o conteúdo para ainda mais pessoas nas redes. Reparem: praticamente 70% das publicações bolsonaristas não vêm de fontes credenciadas, mas sim de postagens em redes sociais e aplicativos como WhatsApp, TikTok, Instagram e Facebook com informações pela metade ou distorcidas.

Por estarem fechadas em uma bolha, essas pessoas não estão abertas ao debate e descartam fatos, provas e dados. Não importa se a informação vem de especialistas na área: se for contra os valores desse grupo, ela é ignorada ou taxada como "comunista". Vimos isso na pandemia, quando cientistas do mundo todo demonstraram, com estudos concretos, que a cloroquina não era eficaz contra a Covid-19. Mesmo assim, milhões de seguidores de Bolsonaro ignoraram a ciência, enquanto o próprio ex-presidente fez propaganda do medicamento, usado originalmente no tratamento e profilaxia da malária, como uma solução para o coronavírus.

Uma investigação judicial (Aije) apontou a existência de um “ecossistema de desinformação” que beneficiaria Bolsonaro. O estudo desse material foi apresentado ao Judiciário em 2022 e indicou uma atuação coordenada para a difusão massiva e veloz de desinformação, tendo como principal alvo o ex-presidente Lula e seus aliados.

A bolha criada pelos algoritmos das redes sociais foi muito bem aproveitada por agentes políticos mal-intencionados, como Steve Bannon (preso), ex-marqueteiro de Donald Trump e aliado da família Bolsonaro. Essa manipulação mantém eleitores — muitas vezes bem-intencionados — presos a um ciclo contínuo de mentiras.

Ciente disso, o clã Bolsonaro elevou o grau de exploração dos algoritmos, garantindo que fake news chamativas tivessem ainda mais alcance nas redes. Com isso, informações falsas passaram a ser disseminadas com mais frequência, minando a credibilidade de instituições sérias. A história nos mostra que políticos frequentemente vinculam religiões às suas campanhas como forma de controle de massa. Isso foi uma característica do regime de Mussolini e dos nazistas, que usaram a religião para justificar a violência como uma suposta "luta do bem contra o mal". Hoje, vemos um espírito semelhante no bolsonarismo no Brasil: quanto mais as pessoas consomem publicações tendenciosas sem fontes, descontextualizada e editadas , mais elas recebem esse tipo de conteúdo, devido ao funcionamento dos algoritmos. Isso gera um ciclo infinito de polarização nas redes.

A consequência direta é o aumento da desinformação política desordenada, causando ódio, brigas, tristeza e discórdia entre familiares, além de elevar os índices de violência por motivação política no Brasil.

O próprio Bolsonaro defende uma política que não pune aqueles que propagam e espalham notícias falsas como verdades, fortalecendo ainda mais sua máquina de fake news. Ele barrou cinco pontos de uma nova legislação, sendo que dois deles poderiam impactar diretamente seus apoiadores extremistas: a punição para atos de “comunicação enganosa em massa”, ou seja, as fake news.

Acredito que, em um futuro próximo, estudiosos classificarão o bolsonarismo como uma nova vertente do fascismo do século XXI, abrindo espaço para um debate sobre o papel das redes sociais e de seus algoritmos na disseminação da desinformação.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

O Brasil do Bolsonaro.


O País do Futebol, do Carnaval e da Polarização Política

O Brasil, conhecido mundialmente como o país do futebol, do carnaval e dos sorrisos, sempre teve uma identidade marcada pela alegria e receptividade. No entanto, com a ascensão do bolsonarismo, nos distanciamos da imagem de uma nação pacífica e moderada, tornando-nos um país permeado pelo negacionismo, seja em relação a estudos científicos sobre o aquecimento global, seja sobre a gravidade da pandemia de COVID-19, entre outras questões fundamentais.

Mas como chegamos a esse ponto? Por que os brasileiros elegeram Jair Bolsonaro como presidente? Vou tentar explicar a partir da minha visão — ainda que limitada, mas embasada e conservadora dos fatos.

O Efeito Trump e o Crescimento da Extrema Direita

Tudo começou, ao meu ver, com o que aconteceu nos Estados Unidos. Em 2016, Donald Trump venceu as eleições e trouxe consigo uma onda de extrema-direita, mobilizando um exército de apoiadores radicais. Inacreditavelmente, grupos como a Ku Klux Klan e simpatizantes do nazismo manifestaram apoio ao então presidente, além de conservadores com discursos preconceituosos. Com Trump, veio também uma enxurrada de mentiras, frases populistas e campanhas de desinformação, reforçando a exclusão de minorias e acendendo um alerta que foi ignorado por muitas instituições de inteligência dos EUA.

Trump deu voz a extremistas de direita não só nos EUA, mas no mundo todo, abrindo caminho para uma polarização irreversível.

A Lava Jato e o Impeachment de Dilma Rousseff

Enquanto isso, no Brasil, Dilma Rousseff foi reeleita presidente, e o país continuaria sob o governo do Partido dos Trabalhadores (PT). Na mesma época, a Operação Lava Jato foi deflagrada, investigando a participação de agentes públicos, empresários e doleiros em esquemas de corrupção envolvendo a Petrobras e contratos milionários, como o da construção da usina nuclear Angra 3.

A investigação atingiu membros de 33 partidos políticos, mas o foco principal da narrativa recaiu sobre o PT. Apesar de não haver provas concretas contra Dilma, a oposição a acusou de liderar um esquema criminoso. Aproveitando-se do fato de que mais de 70% da população brasileira não tinha um histórico de leitura política aprofundada, setores da direita, financiados por empresários e organizações como a Fiesp, disseminaram a ideia de que o PT era o único culpado pela corrupção no Brasil, com slogans como "Fora PT" e "PT Nunca Mais".

A Lava Jato, porém, começou a atingir outros partidos e políticos influentes. Foi então que o vice-presidente Michel Temer, do MDB, passou a articular nos bastidores a queda de Dilma. Gravações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo mostraram Romero Jucá, aliado de Temer, sugerindo um "pacto" para barrar a operação. Jucá afirmava que era preciso "botar o Michel em um grande acordo nacional" e derrubar Dilma Rousseff, já que ela não estava movendo esforços para interferir na investigação.

Líderes do PSDB perceberam o impacto devastador que a Lava Jato poderia ter em diversos partidos e articularam vários pedidos de impeachment contra Dilma, mesmo sem provas de seu envolvimento em corrupção. Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, ameaçado por denúncias de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, usou sua posição para pressionar Dilma. Como ela se recusou a intervir nas investigações, Cunha aceitou um dos pedidos e deu início ao processo de impeachment, baseado nas chamadas "pedaladas fiscais" — prática que outros presidentes também adotaram, incluindo Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso.

O impeachment foi aprovado pela Câmara e seguiu para o Senado. Em 12 de maio de 2016, Dilma foi afastada e, em seu lugar, Temer assumiu interinamente.

A Eleição de 2018 e o Papel da Desinformação

A crise política e econômica aprofundou-se, e a população, desiludida, passou a buscar um nome forte para "salvar" o Brasil. Mesmo com a Lava Jato atingindo políticos de diversos partidos, o PT continuava sendo responsabilizado por todos os problemas do país.

Às vésperas da eleição de 2018, o ex-presidente Lula era o principal candidato na disputa, liderando as pesquisas contra seu adversário mais forte, Jair Bolsonaro. No entanto, novos desdobramentos da Lava Jato resultaram na condenação de Lula por corrupção, em um processo repleto de irregularidades e sem provas concretas. Juristas brasileiros e internacionais apontaram falhas na sentença, mas, ainda assim, Lula foi impedido de concorrer.

Sem Lula na disputa, o PT lançou Fernando Haddad como candidato, enquanto Bolsonaro, impulsionado por uma campanha massiva de desinformação, disparava nas pesquisas. Sua estratégia seguiu o modelo de Donald Trump: ataques populistas, fake news e a construção de uma narrativa de "salvador da pátria".

Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca e peça-chave na vitória de Trump, foi contratado para coordenar a campanha digital de Bolsonaro. A partir de 2017, o Brasil foi bombardeado por notícias falsas, incluindo absurdos como a distribuição de "kit gay" nas escolas, a suposta ligação de Lula com Hitler e até a invenção de uma mamadeira com bico em formato de pênis. Essas informações falsas viralizaram, principalmente no WhatsApp, influenciando eleitores que, em sua maioria, não estavam habituados a verificar a veracidade das notícias na internet.

O Atentado e a Consolidação de Bolsonaro

A reta final da campanha foi marcada por um episódio inesperado. Durante um evento em Juiz de Fora, Minas Gerais, Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, um homem com histórico de transtornos mentais. Exames psiquiátricos confirmaram sua insanidade, e ele foi considerado inimputável pela Justiça.

Mesmo assim, Bolsonaro usou o atentado para reforçar sua narrativa de "guerra contra o comunismo" e acusou a esquerda de tentar assassiná-lo. Isso gerou ainda mais comoção entre seus eleitores, consolidando sua vitória no primeiro turno e garantindo sua eleição no segundo.

Sem propostas concretas para a economia, saúde e educação, Bolsonaro baseou sua campanha em ataques a adversários e promessas populistas como "Acabarei com a corrupção", "Fim da mamata" e "Vamos salvar o Brasil dos comunistas". Ele prometeu ainda nomear o juiz Sérgio Moro como ministro da Justiça — um claro sinal de que sua condenação a Lula tinha motivações políticas.

Moro, que até então negava envolvimento com a política, aceitou o cargo, levantando ainda mais suspeitas sobre a imparcialidade da Lava Jato.

O Bolsonarismo e o Fenômeno do Radicalismo

Com Bolsonaro eleito, um exército de apoiadores surgiu, defendendo pautas antidemocráticas, exaltando a ditadura militar e atacando minorias. Suas falas sobre tortura e elogios ao torturador Carlos Alberto Ustra mostraram o lado mais sombrio do bolsonarismo.

Além disso, Bolsonaro atacou programas sociais, como o Bolsa Família, chamando seus beneficiários de "acomodados" e dizendo que o projeto servia para manter o PT no poder. Seu discurso conquistou uma base fiel, que passou a segui-lo cegamente, rejeitando qualquer crítica ou dado factual que contradissesse sua visão.

Sem precisar debater propostas, Bolsonaro utilizou a internet para manipular a opinião pública, distorcendo fatos históricos e científicos. Assim, consolidou uma narrativa que transformou sua campanha em um verdadeiro culto à personalidade.


Continua ..


"Felicidade nos dias atuais."

Parece que a felicidade virou mercadoria. Vendem amor, fama e sucesso por aí... Somos pressionados a sorrir, produzir, parecer bem. Dizem qu...